Marilyn |
Monroe |
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A deusa que foi vítima da própria famaA glória não alimenta a alma. É como caviar:
bom, mas não todos os dias da semana
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(1926•1962) |
Foi apenas uma cena, mas ela tornou-se um dos registros mais famosos de Marilyn Monroe. No filme O Pecado Mora ao Lado, o ar de uma tubulação levanta a ampla saia plissada e branca da atriz, revelando um par de pernas esculturais e uma calcinha típica dos anos 50. Linda e loira, com a boca aberta e um olhar entre o maroto e o doce, Marilyn já encarnava a mulher que iria se transformar no maior mito sexual do século XX. Estampada em jornais e revistas de todo o mundo, a foto teria causado o fim de seu segundo casamento, com o jogador de beisebol Joe DiMaggio, em 1954. Apenas mais uma frustração na história da atriz, que teve contínuas provações afetivas em seus 36 anos de vida. Conhecida como o anjo do sexo, foi na verdade uma criança abandonada. Nunca conheceu o pai, e mal conviveu com a mãe. Quando chegou à adolescência, já havia morado em vários internatos. O casamento com James Dougherty, aos 16 anos, foi sua primeira escapada. A partir daí, sua vida começou a mudar. Como modelo, despertou a atenção dos chefões de Hollywood. Em 1953, Marilyn mudou-se para Nova York para estudar e casou-se com o dramaturgo Arthur Miller. A relação chegou ao fim em 1961, durante as filmagens de Os Desajustados, de Miller. Dependente de soníferos e álcool, a atriz não conseguia cumprir os horários. Era o prenúncio da fase final da estrela, que um ano depois deixou um filme inacabado, Something’s Got to Give (1962), e foi encontrada morta em seu quarto. A causa teria sido uma overdose de pílulas para dormir. Mas até hoje a hipótese de assassinato não é descartada. Segundo Don Wolfe, um dos trezentos biógrafos que escreveram sobre Marilyn, Bob Kennedy, irmão de John Kennedy, estava diretamente envolvido na morte da atriz. Wolfe acreditou em evidências como o desaparecimento do diário de Marilyn, no qual havia anotações sobre as ligações de Kennedy com a Máfia e detalhes de seu romance com o marido de Jacqueline. Para o historiador Donald Spotto, a mais explosiva loira do cinema foi morta por seu próprio psiquiatra, Ralph Greenson, por uma forte dose de hidrato de cloral.
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A revolução pela alegria
"Eu faço qualquer coisa que me dê alegria e
dinheiro, seja Shakespeare ou Gloria Magadan"
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(1945 • 1972) |
A breve história de Leila Diniz foi como um terremoto a sacudir os usos e costumes da sociedade brasileira – especialmente nos anos 60, quando ela se transformou no maior ícone da liberdade feminina. O mundo ouvia rock’n’roll, o Brasil irradiava a bossa nova e Leila desafiava, enfrentava, estimulava e divertia os brasileiros com atitudes e simbolismo. Como atriz, tornou-se musa do embrionário cinema novo, movimento que propunha o rompimento dos padrões estéticos adotados até então – com base forte no modelo hollywoodiano. No plano pessoal, desafiava regras que julgava impostas: era capaz de dizer palavrões em público, dar entrevistas em que revelava preferências sexuais ou trocar de namorado sem dar satisfações a ninguém. Em 1969, em entrevista ao jornal alternativo Pasquim, motivou a lei de censura prévia, apelidada de Decreto Leila Diniz, produzida pelo ministro da Justiça, Alfredo Buzaid. “Você pode amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra. Já aconteceu comigo”, dizia. Sua imagem mais célebre, de 1971, na qual posou grávida de biquíni, na praia carioca de Ipanema, tinha o ineditismo incômodo que levou-a a ser acusada por feministas de servir aos homens. A esquerda a considerava artificial e a direita, imoral. Leiluska, como era chamada pelos amigos, saiu de casa aos 17 anos para morar com o cineasta Domingos de Oliveira, que a dirigiu em Todas as Mulheres do Mundo (1966). Mais tarde, casou-se com o também cineasta Ruy Guerra, pai de sua única filha, Janaína. Sete meses depois do nascimento da menina, Leila morreu no acidente aéreo em que o avião da Japan Airlines explodiu perto de Nova Déli, na Índia. A atriz voltava da Austrália, onde participara do Festival Internacional de Adelaide para promover o filme Mãos Vazias. Leila havia antecipado o vôo de volta por causa da saudade que sentia da filha. Mãe devotada, morreu aos 27 anos e deixou um exemplo para sua geração: Leila viveu a vida com autenticidade, espontaneidade, irreverência, alegria e muita paixão.
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